13.8.09

Dançando com a Morte

_/I\_

Para mim o medo da morte é quase inexistente. Eu gostaria de convidá-la para dançar. E que ela pudesse me contar em segredo, sussurrando baixinho, tudo sobre o lado de lá ... E se ela tiver a cara do Brad Pitt (como naquele filme de hollywood), melhor ainda. Para mim, o único medo de morrer é associado a eu não ter respondido às questões da forma certa, no tempo certo... Não é irônico? Na prova da Professora Morte, o material de estudo é o Livro da Vida.

12.8.09

Enigma



Travessia. É com essa palavra que Guimarães Rosa finaliza sua obra-prima Grande Sertão:Veredas. Se todos sabemos que as respostas e o sentido estão no caminho, então não há enigma. Mas se nos apequenamos diante do Sertão da nossa existência, o quebra-cabeça só se agiganta. Sim, "viver é muito perigoso"...

10.8.09

La Sereníssima


La Sereníssima é a alcunha de Veneza, a cidade onde o povo anda sobre as águas mesmo antes de atingir a iluminação. Eu ouvi dizer que esse nome guarda uma certa ironia, já que foi apenas uma das formas de cutucar a vizinha Gênova, que se auto-intulava La Superba. Vejo no apelido veneziano algo como: "Olha, se vocês estão se achando, tudo bem...nós não...nossos egos estão numa boa aqui na nossa fantástica cidade". Bem, nunca se sabe o que vai atrás das máscaras... Mas nesse caso, a verdade é que, mesmo com 4 ratos para cada habitante, ela é mesmo linda, e suas máscaras também, pois mais uma vez ironizam da serenidade e causam um desconforto misterioso... um desejo de nem sei bem o quê. Olhos negros, fundos, cavados, transbordando convites secretos...

13.7.09

Pior cego é aquele que realmente não vê



Eu sou míope. E fora os 6 graus, tenho um filtro óptico poliânico que enxerga tudo puxado para os tons rosa... sei lá, fica difícil ver a dor como possível.

30.6.09

Dois Irmãos



Vou falar de relações fraternas. Uma é de sangue, verdadeira testemunha ocular de minha existência. Meu irmão companheiro, sempre ao meu lado, mesmo que separado por um mar, seja de água ou de terra. Nessa viagem, escolhemos ir a quatro mãos, pois tanto emprestei como agradeci as dele. Entrelaçados no ir e vir, demo-nos as mãos e nos mantivemos sãos. Já minha irmã, não compartilhou comigo o título de filha, mas foi escolhida em um mercado persa. “Quero comprar daquela ali”, eu disse. Queria para mim seus sonhos e seu jeito, suas lágrimas e imensos sorrisos, as especiarias de suas rotas internas. Aceitando a irmandade, minha princesa árabe me emprestou título de nobreza, é comerciante nata e me ensinou a negociar com meus próprios sentimentos.

24.6.09

Anel de Ágata

Comprei um anel com a pedra que tem o nome da minha vó. Ágata. Não a conheci, nos desencontramos dessa existência, mas meu anel de pedra certamente foi seu contemporâneo. Porque é matéria de centenas de milhares de anos. Fez-se ágata enquanto centenas de milhares de avós nasciam e viviam inconscientes de qualquer existência mineral. Podemos dizer que meu anel nasceu da pedra. O parto foi desincrustrar-se em busca de lapidação. Meu anel foi herança da minha avó sem nem ela saber. Não vale milhares de dólares, mas milhares de anos.

3.4.09

Morte ao Ego

Diante desta lápide auto-explicativa, sigo as indicações: abstenho-me de opiniões.

28.3.09

Bianco & Nero

Pediram pra gente ficar no escuro para salvar o planeta e foi bom ver na luz bruxuleante da vela, um pouco do que é ancestral. Enquanto isso, gente que nem ao menos sabia de tal movimento, incendiava casas e prédios com o fogo amarelo de milhões de watts. Pensei que talvez o problema é que somos Neros modernos...

12.1.09

Sonho de Papel




Quando o Taj Mahal vira Montmajal e um bombom vale como um sonho, é porque tem criança por perto...